domingo, 30 de outubro de 2011

...e deu Cuba outra vez

E mais uma vez deu Cuba na frente do Brasil nos Jogos Panamericanos. Dessa vez em campo neutro, o Pan de Guadalajara viu a pequena nação caribenha, aquela mesma que a mídia capitalista chama de "miserável e falida", cravar dez ouros a mais do que a tão falada "potência emergente" tupiniquim. À frente do Brasil, Cuba ficou em segundo no quadro de medalhas, só sendo superada pela superpotência estadunidense.

É importante dizer que não se trata de estabelecer uma pretensa rivalidade entre cubanos e brasileiros, como tenta fazer o COB (o mesmo, aliás, que vive de apoiar Brasil afora federações esportivas corruptas e desperdiça pelo total descaso o potencial de nossos atletas, verdadeiros heróis da persistência).

Deixando de lado nacionalismos infantis, a pergunta que não quer calar é simples: como pode um país tão pobre e pequeno, isolado à força por 52 anos de bloqueio estadunidense, fazer tanto? A resposta se dá em uma palavra: socialismo. Socialismo que representa a toda uma juventude a oportunidade de desenvolver ao máximo as suas potencialidades (seja nos estudos, na cultura ou nos esportes), porque o que importa na sociedade socialista não é o lucro, mas  sim o ser humano. Onde o lucro é importante, o que resta à juventude são o desemprego, a desocupação e a falta de oportunidades que conduzem às drogas e à criminalidade.

Ah, se o Brasil também fosse socialista...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Em quem acreditar?

Há vezes em que se torna difícil, pra não dizer impossível, decidir de que lado ficar em certas disputas de poder, especificamente quando não há "inocentes" entre as partes em conflito. Este parece ser o caso na queda-de-braço entre o Ministro do Esporte, Orlando Silva, e a grande imprensa (capitaneada pela revista Veja) que o acusa de envolvimento em escândalos de corrupção.
 
Fato é que o partido do ministro, o PCdoB, não é nem um pouco digno de confiança (um partido que comanda os leilões de privatização do nosso petróleo e altera o código florestal em benefício do agronegócio, e que ainda assim tem a cara de pau de se dizer "comunista", já provou ser maquiavélico o suficiente para fazer qualquer coisa, inclusive roubar "em nome do socialismo"). Mas por outro lado, a baixeza de caráter do acusador e da revista que lhe dá voz põem em xeque a imparcialidade da acusação. De uns anos para cá a revista Veja acostumou-se a sair lançando acusações impunemente, nunca com provas, apenas apresentando "denúncias" temperadas com o seu já mais que característico repertório de "gravações" comicamente apresentadas por escrito. Se alguém gravou de verdade a ligação de terceiros, sem contar que isso é crime, pouco importa. Importa ao tablóide dos Civita vender notícia e, claro, estar sempre batendo em um governo que, por puro fanatismo conservador, eles jamais engoliram.

Fica difícil saber de que lado está a verdade. Se, por um lado, tanto o PCdoB quanto o governo Dilma inspiram cada vez menos confiança perante a classe trabalhadora por seu total comprometimento com o grande capital, além é claro por recorrerem cada vez mais à prática da corrupção, por outro lado, talvez por suas origens "vermelho-terroristas", este governo tampouco inspira confiança a certos setores do grande capital, incluindo aí a nossa "livre imprensa".

Mais uma vez a sabedoria popular diz tudo: é o sujo falando do mal-lavado.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Momento histórico: o capitalismo é questionado no seu centro.

Diz o cartaz: "Ninguém é mais irremediavelmente escravizado do que aqueles que falsamente acreditam que são livres." Goethe

Quando da queda do muro de Berlim, há duas décadas, ideólogos burgueses decretaram cinicamente o "fim da História", afirmando que o capitalismo e a sua "democracia" representativa seriam eternos e imutáveis. Desde então, apesar do capitalismo (com suas relações de propriedade e sua ideologia) terem se expandido de forma a dominar praticamente a totalidade do planeta, de tempos em tempos a História tem dado mostras contundentes de que ainda está bastante viva, apontando de forma implacável as inúmeras rachaduras e falhas estruturais que tendem a pôr abaixo o edifício do capital, junto com as esperanças dos que pretendem perpetuar a submissão humana ao mercado e à lógica do lucro. Nesse sentido, poucos acontecimentos foram tão contundentes quanto o que vem ocorrendo há semanas em Nova York, mais precisamente nas imediações de Wall Street, o coração do sistema financeiro estadunidense (ou seja, o coração do sistema capitalista internacional), onde uma gigantesca onda de passeatas convocada via internet por grupos anti-capitalistas ousa questionar a ganância corporativa, a desigualdade crônica, os privilégios dos grandes banqueiros e capitalistas e a corrupção do sistema político representativo como um todo. O movimento apenas ganhou força e notoriedade por conta da reação truculenta da polícia nova-iorquina, que vem usando violência excessiva contra os manifestantes: só no domingo, cerca de 700 ativistas foram presos de uma vez. Como resposta, movimentos semelhantes já começam a se erguer por diversas cidades do país, todos com o mesmo intuito de repudiar a ordem político-econômica vigente.