quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Porto de Cuba: desvelando a essência de Dilma e Aécio


Nesta quinta-feira o candidato Aécio usou seu programa eleitoral para, com sua costumeira retórica agressiva, acusar o governo de "ter feito um porto" para a "ditadura" cubana. O porto de Mariel, construído pela Odebrecht, na verdade foi vendido pra Cuba, que terá de pagar com juros pela obra!

Não se trata de defender Dilma, até porque um governo privatista como o do PT jamais fez algo sem visar ganhos, que no caso do porto de Mariel, não foram parar somente nos bolsos da Odebrech. Os donos da empreiteira hoje comemoram dizendo que quem mais ganhou com o porto em Cuba foi o capitalismo brasileiro. E é verdade. O acordo da construção do porto trará lucros não só pra Odebrecht mas para diversos outros setores de indústria e de serviços no Brasil que ganharam o direito de explorar o porto em conjunto com Cuba. A ideia da "ajuda" de Dilma aos cubanos, agora explorada pelo PT visando os votos da esquerda, não tem nada de socialista, mas sim de um utilitarismo frio: se os capitalistas dos EUA (e da turma do Aécio), com seu bloqueio contra Cuba, são tão cegos que põem birras ideológicas à frente da sua sede de lucro, o mesmo não vale aos capitalistas "moderninhos" da Odebrecht e cia., que com a ajuda do PT, seguirão explorando novos "nichos de mercado" exclusivos para expandir o capitalismo brasileiro e seus lucros. É esta a real essência do projeto do PT para o Brasil. Longe de querer ajudar comunistas, como esbravejam os setores mais fanáticos da direita, o governo do partido "dos trabalhadores" se compromete em desenvolver o capitalismo brasileiro, sem olhar para as cores nem ideologias daqueles com quem faz negócio. A Revolução Cubana por sua vez, ainda isolada pelo bloqueio, se vê obrigada a fazer acordos desse tipo (até porque, afinal de contas, só canoa vive de vento!) e como resultado, do lado de cá da fronteira, pros patrões tudo e cada vez mais, enquanto pra nós trabalhadores, na melhor das hipóteses, tudo fica na mesma.

Então porque Aécio, um direitista assumido, de um partido tradicionalmente alinhado aos interesses do grande capital privado, grita tanto contra a construção do porto de Mariel em Cuba? Quem sabe por ser tão cego de burro quanto os capitalistas norte-americanos e os anti-cubanos em geral. Fato, porém, é que Aécio quer sentar na cadeira de presidente, e é capaz de tudo por sua ambição pessoal. Porém, como as diferenças concretas entre o PT e a tucanalha de Aécio são cada dia menores, inclusive com o PT lhe roubando cada vez mais o apoio dos capitalistas, tradicionais aliados de classe de seu partido, só resta ao "pobre" Aécio realizar uma campanha eleitoreira focada nos esbravejos mais agressivos possíveis, para quem sabe assim criar no grito um clima de fanatismo anti-petista capaz de o distinguir o suficiente do seu adversário de urnas.