sábado, 27 de junho de 2015

Oposição a favor do Brasil?

É realmente de chamar a atenção, na última lista de acusados no esquema de corrupção na Petrobrás, a presença do senador Aloysio Nunes, um dos principais líderes do PSDB. O que salta aos olhos nessas listas de delação premiada não é a presença de políticos do PT e seus cupinchas, que afinal, já estão há mais de dez anos penduricados no governo, se relacionando (e se comprometendo) com as velhas e viciadas estruturas de um poder que jamais quiseram transformar. O que impressiona mesmo é como um partido que, mesmo estando há mais de uma década afastado deste poder, consegue ainda assim se envolver constantemente nos maiores escândalos de corrupção do país. Afinal, esta oposição do PSDB é a favor de quem?

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Maioridade penal

Agora que a câmara dos quinhentos "doutores de bem", graças aos golpes e contragolpes do "tricolor carioca" Eduardo Cunha (também conhecido como o mais puro dos puros!) reduziu a maioridade penal pros 16 anos de idade, já é hora de começar uma nova campanha: pela redução da maioridade penal pros seis meses de idade!! Sim, pois logo, logo os sabidos doutores e a imparcial "opinião pública" vão perceber que reduzir pros 16 anos não diminui a violência e a criminalidade, e daí vão querer reduzir pra 14, depois 12, 10 e assim por diante...

Já que a sociedade é comodista demais pra aceitar que o problema do jovem delinquente está nela mesma, preferindo tapar o sol com a peneira, combatendo os efeitos e não as raízes do problema, a desigualdade extrema, a desagregação familiar, o desemprego e a desocupação dos jovens, ou seja, a forma capitalista de viver "em sociedade", vamos logo deixar de delongas e admitir que somos um bando de bárbaros vivendo numa sociedade de barbárie.

Por isso que digo, não vamos mais perder tempo! Redução da maioridade penal pros seis meses de idade já!!

quinta-feira, 4 de junho de 2015

A contra-reforma política

Esta semana mais um golpe foi dado pela câmara dos deputados, dessa vez na chamada "reforma política", aprovada como sempre às pressas e sem qualquer discussão. Traindo a palavra "reforma", os deputados  mantiveram o famigerado financiamento privado de campanha, principal combustível da corrupção na política que tanto beneficia os grandes partidos da ordem (PT, PMDB, PSDB, etc.) e mantiveram o falido sistema eleitoral proporcional, reforçando o fenômeno das chamadas "legendas de aluguel", partidos sem qualquer representatividade que se elegem vendendo-se em coligações interesseiras e sem qualquer critério, reforçando o oportunismo, a falta de coerência e de compromisso ideológico na política.

A única novidade foi a criação de uma vergonhosa cláusula de barreira, verdadeira censura que proíbe o acesso aos programas de rádio e TV e ao dinheiro do fundo partidário aos partidos sem representação no congresso, o que penaliza aqueles poucos que não se vendem ao suborno do financiamento privado nem se entregam a coligações espúrias, ou seja, fecha o espaço de representação justamente àqueles  poucos partidos que de fato se opõem à mesmice e ao mar de lama da política brasileira.

Com mais este retrocesso, o já esgotado sistema político brasileiro se distancia ainda mais da sociedade; torna-se ainda mais fechado e avesso às mudanças de fundo que o país tanto necessita. Deslegitima ainda mais a ordem política justamente quando esta mais carece de legitimidade. Os idealizadores da contra-reforma política pensam que poderão sufocar aqueles que contestam a ordem política e social vigente no Brasil, mas estão apenas pavimentando o caminho para sua mais radical supressão.